Três garrafas, recém-compradas, estão na dispensa. As três tiveram a coincidência de serem muito bem conservadas, e por isso reutilizadas várias vezes. Podemos então imaginar o quanto de experiência acumularam ao longo do tempo. Começaram a trocar idéias sobre o que já vivenciaram, e foi um diálogo bem interessante.
Uma delas deu início à conversa:
- Sabem, acho curioso observar cada pessoa que toma o líquido contido dentro de mim. Na maioria das vezes é uma turma maior que se reúne, sem motivos especiais. Acho que celebram alguma coisa constante, estão sempre brindando antes de beberem. É sempre uma situação alegre, descontraída. Vai ficando, aos poucos, mais alegre e mais descontraída, e eles vão rindo mais alto e com mais frequência.
A outra se manifesta:
- Comigo essa descontração é mais rápida. As situações em que estou presente variam muito, e quando chego é uma festa só! As mulheres olham pra mim de forma maliciosa, dizendo “Jose é o único homem que me entende, com ele sou capaz de tudo!”. E os homens parecem vibrar quando elas falam isso. Às vezes sou consumida como prenda de brincadeiras, que revelam cada coisa... Vocês não acreditariam! O estranho é que já revelaram arrependimentos causados justamente pela minha presença, mas continuam me requisitando mesmo assim.
É a vez da última falar:
- Quando estou presente muitas coisas são reveladas também! Normalmente é em festas, porque acho que me compram por uma pechincha... Dizem que sou como um vinho de baixíssima qualidade. Preciso concordar, porque já fiz várias pessoas passarem mal. E me olham de um jeito malicioso também, mas acho que é porque tenho uma imagem um tanto quanto sensual no meu rótulo. Já se referiram a mim como “afrodisíaco”, mas acho que é só uma desculpa para fazerem o que fazem quando estão sob meu efeito.
Por fim, as três concordam que o ser humano é realmente muito estranho. Já quebraram a cara várias vezes por consumirem aqueles líquidos, mas sempre voltam a ingeri-los e até adorá-los. Além do mais, que graça tem em perder gradualmente o controle sobre si mesmos? Que maluquice.
Opa, chegou alguém. As três se calaram e se deixaram ser levadas, imaginando onde seria o brinde desta vez.
Você está em: Home » Flávia » Poesia de garrafa »
domingo, 11 de julho de 2010
Marcadores:
Flávia
,
Poesia de garrafa
Posts Relacionados
4 Comentários:
- Flávia disse...
-
puts!! só vi agora que tinha que ser relacionado com poema tambem.. foi mal!
-
11 de julho de 2010 às 21:16
- Aléxia disse...
-
Não, a descrição fala q tem que ser a ver com uma garrafa, é só o título que envolve a palavra "poema"!
-
11 de julho de 2010 às 22:41
- Aléxia disse...
-
HAHAHAHA!Cerveja, Tequila e Catuaba!Só faltou a vodka!
Tadinha da catu, né, ela deve ser super complexada, considerando o tanto de gente que a vê como um vinho que não deu certo... -
11 de julho de 2010 às 22:45
- Lais disse...
-
graande catchu!
ahahua muito bom=) -
12 de julho de 2010 às 10:38
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Comente