Joãozinho não é mais engraçado como antigamente

domingo, 24 de abril de 2011


Professora: Iremos, em nossa excursão, a Maceió, Recife e por último, Porto Seguro, para estudarmos mais sobre a reprodução das tartarugas...
Joãozinho: Porto Seguro tem mar? Mas Porto Seguro não faz divisa com o Uruguai?
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Taquicardia

sábado, 16 de abril de 2011


Aqui jaz Maria do Socorro
morreu de dores do coração
procurava a sorte de um amor tranquilo
achou.
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quarta-feira, 13 de abril de 2011


Não chegue perto, residente xenofóbico

Meu nome não te interessa... Quem me conhece, sabe onde fui enterrado.

* 11/09/1919
+12/10/2010
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domingo, 10 de abril de 2011


Aqui jás Rubert Faria, ótimo marido, irmão, amigo. Aeromoço sociofóbico. Passou dessa para pior. 2007-2030
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sexta-feira, 8 de abril de 2011





Epaminondas
(19-12-1998 --- 08-04-2011)

Trovão. Palhaço. Minhocuçu. Foguete. Marrie. Ficar preso no escuro.
Na primeira luz do dia disse adeus.
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Saída de emergencia

terça-feira, 5 de abril de 2011






Aqui jaz Paulo Bruno Azevedo de Arruda,
17-01-1951 ------ 15-03-1993
claustrofóbico,
em tratamento intensivo.
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O Último Monólogo

sábado, 2 de abril de 2011


(Luzes de palco apagam. Fecham-se as cortinas. Foco de luz em um ator com apenas a cabeça fora das cortinas, o resto do corpo todo atrás das mesmas. O ator apresenta o monólogo predominantemente estático, em voz pausada e grave.)

Os cinco atos anteriores descreveram diferentes catástrofes- o fim da vida, o fim da boa música, o fim do humor....muitos dos aspectos inevitavelmente patentes da atualidade que, embora sejam absurdamente preocupadores, só permanecem como ideia na cabeça das pessoas.E raramente possuem sobrevida longa lá.

(Elevação do tom de voz) Agora, quem possui sobrevida incerta somos nós!Tódos nós.Não impedimos a ambição coletiva ao transformarmos música boa e arte literária em puro lixo de manipulação comercial. Não nos preocupamos o suficiente com as consequências dos desmatamentos desenfreados, com o poder perigosíssimo causado pela energia atômica, tampouco com o uso indiscriminado da água. Não se discute relevantemente o impacto estrondoroso que a internet teve na deturpada educação dos jovens, ou na privacidade individual. Não há lutas pela existência efetiva de uma democracia, não há buscas pelos princípios. Enquanto uma irrisória minoria manipula os discursos e situações para ganhar dinheiro e se manter no poder, o resto todo da população se limita à sobrevivência submissa, lutando, como animais, por meras pequenas satisfações cotidianas.

(Desliza a cabeça até um pouco mais de um metro do chão, ainda todo encoberto pelas cortinas. Tom permanece grave, porém um pouco velado) Inúmeras guerras, atentados, Hiroshima, Nagasaki, Chernobyl, Fukushima, Taiti, Etiópia,ABCD paulista, nordeste brasileiro, Novo México, China. Estados Unidos. A humanidade pede há muito por socorro, a natureza ainda mais. Mas o orgulho individual não permitiu que se usasse a inteligência tão particularmente dada aos homens para tirar o câncer do mundo, apenas para fomentar instantes de pífios prazeres.

(Desliza novamente a cabeça enquanto fala) Agora, 2011 anos depois da suposta vinda de alguém que tentou nos salvar, enfrentamos pela primeira vez a possibilidade real de morrermos repentinamente. Se os japoneses que sacrificam suas vidas nas usinas afetadas não conseguirem impedir a contaminação de urânio no magma terrestre, o mundo inteiro receberá radiação e os radicais livres formados na reação química se combinarão como os átomos do Hélio por uma fração de segundos, e a Terra virará um pequeno Sol assassino do qual não restarão nem baratas. Talvez seja essa nossa estreia realmente democrática: todas as pessoas voltando ao pó do mesmo jeito, e igualmente culpadas por suas próprias sinas. Porque é frígido pensar que somos vítimas de nossas futuras dores, quando tão somente fomos os responsáveis diretos pela destruição de um planeta inteiro. E, quem sabe se no meio do fracionário momento de dizimação, consigamos finalmente perceber o quão insignificantes somos perante todo o universo. (Para o movimento quase encostando o queixo no chão) Seja lá de quem ou do que foi o projeto vida na Terra, ele definitivamente não deu certo.

(Apagam-se as luzes.Fim do espetáculo)

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