Carlos estava andando pela fazenda de seu pai... Observando as galinhas brigando pelo milho, os cavalos correndo... Quando resolveu dar uma volta no pasto. Chegando lá... havia uma vaquinha que chamava muito sua atenção. Ela ficava olhando-o. Quer dizer, Toda vaquinha olha meio de lado pra você, porque seu olho fica de lado no corpo... Mas ainda assim, Carlos achava que o animal o fitava sem parar. Como nosso protagonista era alguém muito valente... E, também, porque não faz sentido ter medo de vaca, Carlos chegou mais perto... para verificar se a vaca realmente o fitava tanto.
Acontece que o olhar ficou mais evidente... E Carlos começou a sentir uma pontadinha de medo. Sabe, aquelas remexidinhas na barriga da gente? Como se a gente fosse caindo de uma ladeira... Ou estivesse num elevador, que começou a descer sem avisar? Pois é... E o mais estranho é que a Vaca também se aproximava de Carlos... Se aproximava, aproximava, aproximava e...
- Ai! Porque você está comendo minha Blusa?! Sai daqui, vaca feia!
- Hum... -As vacas são animais muito reticentes... Percebe-se pelo andar lento, estão sempre mastigando devagar, digerindo devagar... vivendo devagar- Sua roupa?... Ah... me desculpe... mas é que você se vestiu de capim... Eu acabei não resistindo... Parecida tão apetitoso!
- Capim? Mas essa blusa minha é Rosa!!! Como você pode confundir com capim? Aiai... Que vaca esquisita!
- Meu nome não é vaca... é Florzinha... Mas é que essa blusa sua não parece rosa... Parece... hmmmmmm!!!... Capim... é... Capim...
Carlos olhava maravilhado para a cena
-Eu nunca tinha visto um animal daltônico em toda a minha vida!!! Que legal!! E é uma fêmea ainda! Quer dizer... Todo mundo sabe que mulher daltônica é muito mais difícil de acontecer do que um homem daltônico, né? Mas uma vaca?! Que legal!!!
-hum?... - respondeu florzinha, confusa, durante a tagarelice de Carlos
- Deixa eu te explicar - seguiu Carlos - As cores deveriam ser de um jeito pra todo mundo... Mas tem gente que enxerga algumas cores trocadas e... Olha... Não é nada demais, Florzinha. Eu conheço um centro de apoio ao daltônico lá na cidade e eles vão te ensinar as cores certas e as erradas...
Florzinha, preocupada com sua visão... Como será que ela começava a dar problema tão cedo? Sua avó, Mimosa, só começou a enxergar meio estranho depois dos 15 anos... Mas trocar cores? Isso pra ela era muuuuuuuuuuito novo. Portanto, aceitou a ajuda de seu novo amigo Carlos.
Chegando no CAD, Carlos e Florzinha foram direto falar com Márcio, o diretor do centro... Que estava curioso de o porquê de uma vaquinha, tão lerdinha, resolver ir até a cidade.
- Pois Não? - Disse Márcio.
- Bom dia! Queria que o senhor ajudasse minha amiga Florzinha... Ela tem um sério problema de daltonismo... Veja só! Confunde verde com rosa! - Florzinha achou que seu problema fosse ainda mais grave.
- Verde com rosa? Vejo que ela não encontraria problemas num desfile da Mangueira, não é? - Brincou Márcio - Mas... Deixando as brincadeiras de lado... Interessante! Já são raras as fêmeas daltônicas... Quanto mais as fêmeas, vacas, e com um daltonismo tão raro! Vejamos... Para ajudar sua amiga... É Florzinha, senhorita?
- Sim... Florzinha... (respondeu a vaca)
- Pois bem... Para ajudar a Florzinha a reconhecer as coisas, mesmo com a deficiência, ela teria de ficar aqui no centro por uma semana... Tudo bem?
- Pergunte para ela... - Disse Carlos. Florzinha foi respondendo:
- Bom... Se é para... conseguir... como se fala?... ver direito... Tudo bem...
- Então está feito! Carlos... Volte daqui a uma semana. Está bem?
- Aham! Está bem sim... Obrigado doutor...
- De nada - Disse Márcio, quando Carlos já estava indo embora- maaaas... Uma última pergunta!
- Diga! - disse Carlos, voltando-se para o doutor.
- Por que você amarrou capim no seu corpo todo?
Moral da fábula: A visão distorcida nem sempre é a do outro.
(me permiti mais linhas... Por dois motivos... eu coloquei o limite de 40 brincando... porque as fábulas são grandes =D e também porque diálogos não ocupam todo o espaço horizontal de uma linha... a regra é clara!)
Você está em: Home » Fábula » Filósofo da pochete azul »Florzinha e o daltonismo
Florzinha e o daltonismo
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Posts Relacionados
6 Comentários:
- Ciça Alvim disse...
-
"Carlos olhava maravilhado para a cena
-Eu nunca tinha visto um animal drogado em toda a minha vida!!! Que legal!! E é uma fêmea ainda! Quer dizer... Todo mundo sabe que mulher drogada é muito mais difícil de acontecer do que um homem drogado, né? Mas uma vaca?! Que legal!!!"
hahahha brincadeirinha!
gostei. -
22 de junho de 2010 às 21:18
- Pocahontas disse...
-
UAHUAHAUHAUAHUAHAUHUAH ri muito !
gostei muito ! mas paga prenda dupla, por ter descumprido sua própria especificação -
23 de junho de 2010 às 16:24
- Flávia disse...
-
uhauahauha gosteiii!
mas vei, quem coloca um limite de linhas brincando? uahauha qual foi? -
23 de junho de 2010 às 18:42
- Filósofo da pochete azul disse...
-
eu coloquei limite na brincadeira... fábulas são grandes...
desculpa... eu até ignorei o limite -
23 de junho de 2010 às 19:41
- Filósofo da pochete azul disse...
-
vcs gostram das vaquinhas serem reticentes?
eu achei isso tããão legal!!! -
23 de junho de 2010 às 19:47
- Katarine Inis disse...
-
Ow, eu ia fazer esse comentário, mala!
adorei as vacas reticentes!
gostei muuuuuuuuuuuuito... -
23 de junho de 2010 às 22:12
Comente